domingo, 18 de maio de 2014

Hipocrisia Materna

(Caramba, faz um bom tempo que não passeio por aqui)
Moro numa cidade, que por si só tem a fama de fria e de um povo gelado, que não conversa com estranhos, nem se abre facilmente.E não, isto não é achismo, é uma triste realidade, talvez pela nossa ascendência, talvez pelo nosso clima... enfim, eu tento me diferenciar, afinal minha família, não é curitibana, embora eu tenha nascido na terrrinha! Aí, que agora que tenho filhos, tenho visto coisas que me deixam a pensar, que "pintamos um mundo que não existe, aos nossos filhos". Explico!!

Ontem realizei o primeiro corte de cabelo do meu fanfarrão caçulinha, juntamente do corte do meu mais velho, aí, que fui sim em um cabeleireiro Infantil, especializado nisso, afinal tem que ter muita habilidade e o dobro de paciência para mexer com tesouras próximo à seres que não param quietos, sem fazer uma grande caca.... Aí que é um local lúdico, com brinquedos,mobiliário, vídeo-game, dvds infantis, pintura e tudo voltado para agradar às crianças.

Aí que os pais falam aos filhos: "Olha o amigo, deixa ele brincar também, Olha não mexe no brinquedo do amigo"... e uma infinidade de outras frases que terminam com "amigo". Mas estes mesmos pais e mães, sequer olham na cara das outras mães e pais, sequer conversam, sequer cumprimentam, sequer dão licença para outro pai entrar e pegar o filho na piscina de bolinhas. Ou seja, falam uma coisa, mas fazem outra. Querem que seus filhos socializem, mas eles mesmos, não socializam... e eu acho uma tremenda hipocrisia, pois vejo com meus filhos, que são esponjinhas do mundo, que eles absorvem tudo, o que falamos, mas principalmente o que e como fazemos.

Solução?  Utópicamente seria, fazer filhos interagirem e agir com a mesma simpatia com os pais desses filhos.... mas já que sei que é exigir demais dos curitibanos natos. Mas então que não chamem meus filhos de "amigos", chamem de colegas, parceiros.... mas não amigos. Amizade envolve sentimentos muito mais profundos como amor e confiança, que não são adquiridos nem sentidos em poucos minutos de convívio antes da chamada ao corte.E não, não se trata de mau humor, só acho errado, nós adultos, exigirmos das crianças, coisas que nós mesmos, sequer pensamos em fazer.